domingo, 13 de fevereiro de 2011

Bom filho a casa torna

De um tempo pra cá voltamos a ver nossos mais recentes ídolos desfilando suas chuteiras nos campos brasileiros. Quando achávamos impossível rever esses astros por aqui em gramados tupiniquins por conta de contratos milionários com o velho continente, fomos surpreendidos com a volta do Fenômeno ao Brasil.

Entre brigas políticas e a preferência pelo projeto do Corinthians, deu certo para ambos os lados e uma "nova" forma de fazer marketing aplicando-a ao futebol foi investida pelo Corinthians que de cara atraiu vários investidores, impulsionando esse novo modelo de negócios.

Nesse mesmo modelo o Santos trouxe Robinho, mesmo que por apenas 6 meses. Depois o Flamengo vem agora com Ronaldinho Gaúcho (brigando com Grêmio e Palmeiras), e o São Paulo com Rivaldo. O Corinthians ainda trouxe o Roberto Carlos e o Flamengo chegou a trazer Adriano, também por alguns meses, já negociado com a Roma. O Fluminense trouxe o Fred e de quebra Deco (que fez sucesso no Barça e seleção Portuguesa).

Da estrelada (e fracassada) seleção da copa de 2006, apenas Lúcio, Kaka, Zé Roberto e Juninho Pernambucano ainda não vieram. De certo que Kaka ainda é novo e tem idade e mercado pela Europa. Fred e Adriano vieram para reconquistar oportunidades, confiança e retornar ao mercado europeu. Todos os outros já passaram dos 30 anos e provavelmente não conseguem mais uma equipe de ponta européia, mas com esse novo tipo de negócio, a volta ao Brasil pode parecer tão rentável quanto figurar numa equipe de segundo ou terceiro escalão da Europa. Outra opção é o oriente médio, bastante rentável, porém pouco atrativo em termos de conquistas e desafios.

O mundo hoje está bem diferente do que 10 ou 20 anos atrás. E o mundo do futebol também. Nesses últimos anos os brasileiros ganharam enorme confiança e status com o futebol europeu, ainda mais com a ajuda da globalização, internet, vídeos e tudo mais, todo mundo assiste, todo mundo vê, e as marcas podem ser obter muito mais vinculos com nomes de craques. Craques esses sendo negociados a altas sifras criando cada vez mais o rótulo de Deuses e inviabilizando a possibilidade de os vermos novamente por aqui jogando com a habitual qualidade. Ou eles viriam muito velhos sem condição alguma ou parariam por lá mesmo.

Há quase 30 anos atrás outra seleção também genial e que também fracassou, chegou a exportar alguns dos nossos melhores valores. Esses porém, não para equipes de ponta do futebol europeu, exceto claro por Falcão que foi o rei de Roma, jogando pelo time de mesmo nome. Outros Deuses da época como Zico (foi pra Udinese, mesmo sendo pretendido por Roma e Juve), Junior (Torino), Sócrates (Fiorentina), Casa Grande (Torino) também se aventuraram pela Europa, só que em times de um dito segundo escalão. Mesmo assim, alguns obtiveram certo sucesso e posteriormente retornaram para o Brasil. Casão voltou ao Flamengo e depois Corinthians, Zico ao Flamengo, Junior também ao Flamengo, Éder ao Atlético-MG e Sócrates primeiro ao Flamengo e depois encerrou a carreira no Santos.

Mas uma coisa nunca muda, comparando essas duas gerações separadas por alguns anos. Sempre que voltaram ao país de origem voltaram jogando muito, exibindo muita qualidade. Ronaldo voltou dando show em 2009. Adriano e Fred sempre esbanjando a qualidade à frente do seu ataque. Rivaldo com estréia mágica e Roberto Carlos saiu do clube invicto em jogos de mando do Corinthians, marcando alguns gols no velho estilo.

Os "Deuses" de 82 também voltaram bem: Junior liderou o Flamengo ao título brasileiro de 1992 jogando muito, Zico ganhando a Copa União pelo Flamengo em 1987 (com um timaço diga-se de passagem), Socrates sempre esbanjando a mesma categoria de sempre, e assim por diante.

Abaixo o vídeo com alguns lances da estréia e retorno ao futebol de Sócrates em 1988 pelo Santos contra o Cerro do Uruguai, mantendo ainda suas jogadas mais clássicas, já em fim de carreira.